Perfumes ambarados, perfumes da estação...
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Perfumes ambarados, perfumes da estação...

10 january 2014

Longe de chegar ao fim, o inverno estende lentamente suas brumas sobre o ano novo que nasce. Ainda algumas semanas em que desejamos o casulo, a doçura e nos enroscarmos na esteira envolvente de perfumes redondos e cambiantes. Um período que se presta perfeitamente às fragrâncias ambaradas, cuja sensualidade ronronante não tem igual para aquecer a estação morta. Fruto de uma sábia união de láudano e baunilha, o acorde ambarado se revela para Osmoz em algumas fragrâncias.

Serge Lutens foi um dos primeiros a sublimar as matérias-primas através de seus perfumes. Como uma jóia, seu Ambre Sultan faz do láudano uma pedra preciosa situada no coração de uma composição, sustentado por incensos, realçado por umanévoaaromática e picante. Um perfume majestoso e com raça, em que se reencontrará o espírito felino quase vinte anos mais tarde, nos eflúvios de Mitzah de Dior, uma versão delicadamente enriquecida com rosa e baunilha, que nos recobre como desejamos.

Entre os pioneiros do nicho, Jean Laporte, que fundou o L’Artisan Parfumeur, renova a experiência com Maître Parfumeur e Gantier. É nesta coleção que você poderá descobrir seu Ambre Précieux, pequena maravilha de equilíbrio entre notas secas e balsâmicas. A lavanda e a murta se envolvemrapidamente nos bálsamos (Tolu, Peru), cuja doçura abaunilhada faz deste perfume um casulo macio e caloroso.

Sob os trajes atalcados e femininos de Bijou Romantique de Etat Libre d’Orange se esconde um acorde ambarado dos mais viciantes. Este floral oriental cujo nome quer prestar uma homenagem a Hugo Pratt, nos mergulha em plena época romântica à maneira de Musset e George Sand. Mas não confiem em seu nome comportado com falsos ares ingênuos... Modernizando um guerlinade que deixa algum espaço para as notas balsâmicas, Bijou Romantique é antes de tudo um perfume sensual e carnal, em que a baunilha, a íris, o patchuli e o benjoim se transformam num diabo sexy.

Elegante e perturbador, Akkad de Lubin renova o gênero trançando as notas ambaradas de especiarias frias na saída (cardamomo, elemi). Um frescor nervoso e moderno que contrasta com a evolução envolvente deste perfume onde se misturam láudano, baunilha e patchuli. Suas tonalidades orientais acentuadas por um incenso vibrante fazem uma composição unissex, em que a nobreza das matérias-primas ladeia o poder de um rastro rico e voluptuoso.

Mas os charmes do âmbar não esperaram a perfumaria alternativa para nos inebriar. Basta se aventurar pelos grandes clássicos para se convencer disso. Como o Habit Rouge de Guerlain, em que apenas refrescadas por uma pitada borbulhante de agrumes, as notas ambaradas flertam com o patchuli, acentuadas com um pouquinho de couro. Um elixir de sedução no masculino, que as mulheres amam usar de vez em quando.

Sophie Normand

Sophie Normand

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Apaixonada por perfumes desde a adolescência, fui no entanto estudar direito e depois jornalismo. Foi quando eu era redatora que tive a ideia, há mais ou menos 3 anos, de um blog sobre perfumes. Em paralelo, compartilho minha paixão através de outros suportes (OSMOZ, l’olfathèque,...

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