Yves Saint Laurent, perfumes inesquecíveis...
Questões e seleções

Yves Saint Laurent, perfumes inesquecíveis...

12 may 2014

A personalidade de Yves Saint Laurent decididamente inspirou o cinema este ano. Depois de Jalil Lespert, é a vez do diretor Bertrand Bonello se impregnar do gênio atormentado do criador, através de um filme selecionado para o Festival de Cannes 2014. A oportunidade para Osmoz retornar às fragrâncias míticas que pontuaram a obra deste homem de inspiração visionária.

 

Rive Gauche (1971) marca os débuts de Yves Saint Laurent na perfumaria, depois do primeiríssimo Y. Como um eco à butique de prêt à porter de luxo do criador, este perfume se entranha nos adornos burgueses destas mulheres do 6º arrondissement que ele veste, através de audácia, liberdade e sofisticação extremas. Se a revoada aldeidada marca com seus acentos metálicos um perfume elegante e altaneiro, seu corpo atalcado que a rosa atravessa, ultrapassa os códigos pomposos para fazer daquela que o usa uma sedutora de estilo afirmativo.

 

 

Com Opium (1977), Yves Saint Laurent transtorna os códigos olfativos da época, neles plantando um oriental sulfuroso que iria em seguida inspirar mais de um. Este, cujo nome traduz a sede de evasão do criador, quer ser um perfume viciante, com uma aura de transgressão. A mulher se torna lasciva envolvendo-se em seus eflúvios florais (ylang ylang), de especiarias (cravo-da-índia, canela) e ambarados (patchuli, baunilha). A festa, das mais mundanas, dada para seu lançamento, acabará por fazer dele uma lenda: foi esse perfume que introduziu a noção de marketing em perfumaria.

 

 

O universo de Yves Saint Laurent, é também esta cidade de luzes da qual sua obra está impregnada. Um ícone do romantismo que retrata um perfume dos mais suaves. Quintessência da feminilidade, Paris (1983) oferece um buquê de rosas exacerbado, cujos eflúvios se mesclam à violeta, para se tornarem descontraidamente atalcados. Alguns toques de especiarias apenas realçam a doçura desta fragrância que se funde em uma madeira de sândalo cremoso.

 

 

Os anos passam, mas o gosto do criador para a provocação permanece intacto. Não é Champagne (1994), seu último perfume, que vai desmentir sua inclinação pelo proibido. Rebatizado como Yvresse, é um hino à alegria e uma homenagem às “mulheres que cintilam”. Este verdadeiro chipre frutado mergulha o aveludado do pêssego em uma dimensão vinosa, onde se desenham cominho e patchuli. Inebriante, carnal e brilhantemente enigmático.

 

 

Outras fragrâncias ainda verão a luz do dia sob o nome de Yves Saint Laurent, mas apresentarão menos de sua decisão que as dos grupos que terão retomado sua licença. Tom Ford, no entanto, saberá perpetuar o espírito de Yves Saint Laurent através de duas fragrâncias. Nu (2001) conjuga com muita sensualidade as notas amadeiradas e de especiarias no feminino, enquanto M7 (2002), masculino tenebroso, se torna precursor, introduzindo pela primeira vez a madeira oud na perfumaria ocidental.

 

Sophie Normand

Sophie Normand

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Apaixonada por perfumes desde a adolescência, fui no entanto estudar direito e depois jornalismo. Foi quando eu era redatora que tive a ideia, há mais ou menos 3 anos, de um blog sobre perfumes. Em paralelo, compartilho minha paixão através de outros suportes (OSMOZ, l’olfathèque,...

  • 05 june 2014

    I believe in YSL and Tom Ford. My favorite is Paris by YSL. It is a classic for me. A very tender scent indeed.

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  • 18 may 2014

    Los perfumes de Yves Saint Laurent, son espectaculares, Yvresse es una fragancia peculiar, con un aroma fresco y muy elegante

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  • 15 may 2014

    Le seul YSL que j'ai porté s'appelait à l'époque Champagne. Je m'en suis vite lassée. J'adore sentir Paris sur les autres. J'ai la nostalgie de Rive Gauche tel que je l'ai connu dans les années 1970. Je trouve sa reformulation catastrophique. Mon préféré de la marque ? Nu sans l'ombre d'un doute et pourtant il n'appartient pas à ma famille olfactive de prédilection mais je le trouve obsédant .

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  • 15 may 2014

    Merci pour cet article consacré à Yves Saint Laurent. Parmi la sélection de parfums emblématiques, c'est Paris qui a ma préférence en tant qu'amoureuse de la rose en parfumerie. Mais en cette période de Festival de Cannes, n'oublions pas Cinéma, dont on ne parle pas assez. J'apprécie cette senteur florientale vanillée parfaite en toutes circonstances.

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